AS BODAS DE CRISTO
A CELEBRAÇÃO DAS BODAS
Após a avaliação de Cristo das obras de seus servos diante do Tribunal, Ele, então, conduzirá sua Noiva para o Palácio Real, onde se encontra “a sala do Banquete”. Quando então terão início as Bodas do Cordeiro. As Bodas do Cordeiro são uma preciosa revelação para os corações de todos os filhos de Deus. Os anjos, e os santos do Antigo Pacto ali estarão a cantar.
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou Ap 9: 17.
Se observarmos a cronologia do livro de Apocalipse 19, vemos á noiva, que é a igreja já no céu, antes da vinda de Cristo, segundo os intérpretes ai estão o acontecimento do Arrebatamento, pois indica que á igreja já foi arrebatada antes da vinda de Cristo Ap 19:11-21. Confirma-se este evento por duas razões:
1. Preparação da Noiva. Já está totalmente preparada nos céus, para as “Bodas do Cordeiro”. Logo a igreja com toda probabilidade já deve ter sido arrebatada por Cristo.
2. A Noiva Vestida. Estando em cima com Cristo a Noiva está vestida com a “Justiça dos Santos”, ou seja, com atos de Retidão, e para os atos dos Santos serem completos eles precisam estar no céu e libertos de toda impureza.
As promessas de Cristo em relação á sua igreja se cumpre, pois á maior esperança do povo de Deus é estar para sempre com seu Senhor, pois um dia ele virá como Rei dos Rei e Senhor dos Senhores para assim cumprir toda á sua palavra, ele vem do céu como o Messias vencedor para estabelecer verdade e justiça.
ETIMOLOGIA DO TERMO BODAS
Este termo é derivado do grego “gamou tou arniou” Consumação da união mística entre Cristo e a sua Igreja. Será uma celebração tão elevada e inefável, que não encontrara precedente algum quer no tempo, quer no espaço; começará com o arrebatamento dos santos. E há de continuar por toda a eternidade.
Nas Bodas do Cordeiro, a Igreja após saciar de toda a sua herança como a Noiva de Cristo, e Cristo a possuirá, concretizando, assim, de maneira amorosa e eterna, o alvo maior do Plano Redentivo: Deus entre o seu povo, e o seu povo a desfrutar-lhe de todos os benefícios advindos desta comunhão. Será um acontecimento tão ímpar na história do amor de Deus, que todos são convidado a dele tomar parte. Este evento está reservado somente para os salvos na pessoa de Cristo, por isto é necessário permanecer firmes na fé aguardando com convicção a volta do Senhor Jesus, pois breve ele virá e não tardará.
Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará. Mas o justo viverá da fé e se ele recuar, á minha alma não tem prazer nele Hb 10:37-38.
Este é um princípio que está afirmado quatro vezes nas Escrituras, que é governada por Deus tendo nossa participação na salvação que é provida por meio de Cristo Jesus. É uma verdade absoluta que afirma que todos os justos em Cristo obterão a Vida Eterna, por se aproximarem fielmente de Deus tendo um coração sincero e temente. Já para os que se afastam da pessoa de Cristo o que lhe resta é somente á condenação caso não se arrependam das suas más obras.
O MOMENTO DO ACONTECIMENTO DAS BODAS
Em muitos trechos do Novo Testamento a relação entre Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do noivo e da noiva. Sendo uma representação de Cristo e sua Igreja Jo 3:29. Rm 7:4. Na translação da igreja, Cristo aparece como o noivo que leva a noiva consigo, para que o relacionamento que foi prometido seja consumado e os dois se tornem um.
HORA DAS BODAS PARA IGREJA
É o momento de total alegria e regozijo por parte dos salvos e Cristo, nas bodas. É revelada nas Escrituras como algo que ocorre entre a “translação da igreja e a segunda vinda de Cristo”. Antes do arrebatamento a igreja ainda aguarda essa união. O termo aplicado em Apocalipse 19:7, que são chegadas as Bodas do Cordeiro, O tempo aoristo, “êlthen”, traduzido por "chegadas", significa ato concluído, mostrando que as bodas já foram consumadas. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento, utilizam-se do casamento, ou mesmo de outra ocasião festiva para simbolizar a glória espiritual final e a alegria dos fiéis servos de Deus. Somente depois que o Senhor julgar a grande prostituta, “Babilônia”, que vem descrita mística e literalmente nos capítulos 17 e 18do Apocalipse, é que o Senhor apresenta sua esposa, uma virgem pura. No Novo Testamento isso simboliza, especialmente no Apocalipse, que a Noiva do Cordeiro não deve ser confundida, por uma mulher poliandra. A parábola das virgens loucas e prudentes pinta o reino dos céus como uma espécie de festa de casamento.
Paulo fez uma aplicação mística e escatológica sobre esse simbolismo, dizendo que ele apresenta os crentes de Coríntios, como uma “noiva”, a Cristo.
Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus, porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo 2 Co 11:2.
Assim na presente era a Igreja é retratada como “noiva” de Cristo; no período das bodas, porém, como “a esposa”, a mulher do Cordeiro. Entre os judeus, as bodas eram celebradas durante sete dias com grande alegria. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso aponta para as bodas do Cordeiro durante “sete anos” Jz 14:12-18. Jesus também é judeu e em termos proféticos um dia é que vale “um ano” Nm 14:34. Ez 4:6. Jo 4:9. O Apocalipse descreve o tempo em que a “noiva se aprontou”. Seu vestido é todo bordado e branqueado no sangue do Cordeiro, pois ninguém pode entrar naquela festa com “vestidura estranha”. SI 45:14. Ap 22:14. Sf 1:8. Mt 22:11. Devemos ter em mente que apenas um homem que entrou no banquete do rei sem as vestes nupciais foi expulso sem misericórdia Mt 22:11-13. O profeta Sofonias ad- verte que ninguém deve comparecer naquele dia “por inferência” sem as vestes reais.
E acontecerá que no dia do sacrifício do Senhor, hei de castigar os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha Sf 1:8.
Evidentemente, essa passagem aponta para o grande dia do Senhor, mas, de certo modo, deve ser aplicada aqui também. Portanto, somente as vestes da justiça de Cristo prevalecerão naquele dia; o mais tudo será rejeitado.
LOCAL DAS BODAS
Não é demonstrado o local exato, só pode ser o céu. Visto que se segue ao tribunal de Cristo, demonstrado como acontecimento celestial, e visto que, quando o Senhor retomar, a igreja virá nos ares às bodas devem ocorrer no céu. Nenhum outro local seria adequado a um povo celestial.
Mas á nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador o Senhor Jesus Cristo Fp 3:20.
O termo “cidade” aplicado em Filipenses 3:20, é um termo grego “politeuma” que significa “cidadania” ou ‘pátria” o apóstolo Paulo ressalta que os cristãos mesmo vivendo aqui neste mundo temporariamente não são cidadãos daqui, pois tornaram-se estrangeiros e peregrinos nesta terra, aguardando um lar celeste e espiritual onde habitará eternamente.
OS PARTICIPANTES DAS BODAS
As bodas do Cordeiro constituem um acontecimento que, evidentemente, inclui Cristo e a igreja. A segunda vinda de Cristo. Apocalipse 20.4-6 esclarece que os santos da tribulação também não ressuscitarão até aquele dia. A esse respeito parece necessário distinguir as bodas do Cordeiro da ceia de casamento. As bodas do Cordeiro referem-se particularmente à igreja e ocorrem no céu. A ceia de casamento inclui Israel e ocorre na terra. A festa ou a ceia de casamento é localizada na terra e tem referência especial a Israel. Mateus 22:1-14.Lucas 14:16-24. Mateus 25:1-13. A ceia de casamento torna-se então uma parábola de todo o período do milênio para o qual Israel será convidado durante o período tribulacional, convite que muitos rejeitarão, sendo por isso lançados fora, e muitos aceitarão e serão recebidos. Por causa da rejeição, o convite será estendido aos gentios, de sorte que muitos deles serão incluídos.
Israel, na segunda vinda, estará esperando que o Noivo venha para a cerimônia de casamento e o convide para aquela ceia, na qual o Noivo apresentará Sua noiva para os amigos Mt 25:1-13.
INTERPRETAÇÕES SOBRE A CEIA DAS BODAS
Duas interpretações são aplicadas sobre este assunto, É preciso distinguir entre as bodas, que ocorrem no céu e são celebradas antes do retorno de Cristo, e a ceia das bodas que ocorre na terra depois de seu retorno. Essa visão prevê duas celebrações, uma no céu, antes da segunda vinda e a outra após a segunda vinda, na terra.
Uma segunda interpretação vê o anúncio de Apocalipse 19:9 como uma previsão da ceia de casamento que ocorrerá na terra após as bodas e a segunda vinda, a respeito das quais está sendo feito um anúncio no céu antes do retorno a terra. Visto que o texto grego não diferencia a ceia de casamento da ceia das bodas ou as núpcias das bodas, mas usa a mesma palavra para ambas e visto que a ceia de casamento é usada sistematicamente em relação a Israel na terra, seria melhor adotar essa visão e ver as bodas do Cordeiro como o acontecimento celestial no qual a igreja é eternamente unida a Cristo, e a festa ou ceia das bodas como o milênio para o quais judeus e gentios serão convidados, que ocorrerá na terra e onde o Noivo será honrado pela apresentação da noiva a todos os seus amigos que estão reunidos ali. A igreja, que foi o plano de Deus para a época presente, é agora vista transladada, ressuscitada, apresentada ao Filho pelo Pai e transformada no objeto por meio do qual a glória eterna de Deus se manifesta para sempre. A presente era testemunhará o início, o desenvolvimento e a conclusão do propósito de Deus, a fim de "constituir dentre eles um povo para o seu nome" At 15:14.
As ceias das bodas do Cordeiro serão para cumprimento das palavras de nosso Senhor quando se encontrava no “cenáculo mobiliado e preparado”. Numa expressão e gesto de quem estava dando um “Até breve” a seus discípulos, Ele disse: “até aquele nas bodas” dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai Mt 26.29. Esta celebração da ceia terá lugar somente no final das bodas “sete anos depois do arrebatamento”. Esta ceia será para lembrar a morte de Cristo! Ela deve ser lembrada aqui e na eternidade. Ela“a ceia” teve lugar “num cenáculo mobilado e preparado”. Seu início marcou a última noite do ministério terreno do Filho de Deus. Mt 26:28-29. A páscoa no antigo Pacto e a Ceia no Novo aponta para uma mesma coisa: a morte de Cristo! A primeira estava distante da outra cerca de 1500 anos, e tinha um caráter prospectivo - apontava para a cruz de nosso Senhor; a segunda, a Santa Ceia, tem um caráter retrospectivo - apontando também para a morte do Salvador.
TRADIÇÃO JUDAICA SOBRE Á PASCOA
É implícita em relação á Cristo, pois está ligada ao sacrifício do Cordeiro de Deus, que reunirá todos seus Santos, como participantes das Bodas e da Ceia do Cordeiro, cada um dentro do seu determinado período de tempo e propósito. A Páscoa judaica encontra seu cumprimento e seu fim na vida, morte e ressurreição de Cristo. O Cordeiro de Deus substituiu o Cordeiro pascal, o livramento do jugo egípcio corresponde à libertação da escravidão do pecado. Doravante o corpo de Cristo nos será dado por nutrição e seu sangue nos guardará contra o malho destruidor do anjo da morte.
Assim Cristo retorna ao passado e o vivifica através de sua morte a memória da Páscoa. O Passado da morte é dedicado à vida, e a memória é arrebatada pela esperança, nas palavras solenes: “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.
Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós 1 Co 5:7.
A Ceia do Senhor inicia uma nova era e aponta para uma obra já consumada. Podemos observar que “duas festas uniram-se na celebração do Senhor”. E, nossa lembrança nos levará agora para a tarde sombria que antecipava o “dia da morte” de Cristo; nesse cenáculo deu-se um acontecimento notável; a festa pascoal foi solenemente encerrada Lc 22:16-18. E a Santa Ceia instituída com igual solenidade Lucas 22.19-21. Sobre essa mesa terminou um período e começou outro; Cristo era o cumprimento de uma ordenança e a consumação da outra. A Páscoa agora tinha servido a seu propósito, porque o Cordeiro que o sacrifício simbolizava ia ser morto no dia seguinte. Por isso foi substituída por uma nova instituição, apresentando a verdadeira realidade do Cristianismo, como a páscoa tinha apresentado a do judaísmo. Mas nosso Senhor falou também de “uma ceia futura”, e agora, seu cumprimento aguarda a realização definitiva quando tudo for consumado por meio de Cristo Ap 19:7. Quando Cristo esteve reunido no Cenáculo encerou á Ceia, nosso Senhor falou de outra com caráter escatológico, quando disse:
Digo-vos que, desde agora, não bebereis deste fruto da vide até aquele dia nas bodas em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai Mt 26:29.
A ceia do cenáculo marcou o término da missão terrena de Jesus “terrena aqui significa na esfera terrena” e deu início à sua missão celestial. Após a celebração daquela ceia, Jesus “desceu” para o sombrio vale da batalha; de igual modo, também, após a celebração da ceia das Bodas, ele “descerá” para o sombrio vale do Armagedom Jo 17:4,11-13.
Naquele dia Cristo se unirá a igreja para nunca mais se separar dela. Estaremos com ele no:
- Tribunal
- Nas Bodas
- Na Ceia
- Na sua Manifestação “parousia”
- No Milênio
- No Juizo Final
- Na nova Terra
E finalmente na Eternidade, este é o ponto alto de nossa infinita felicidade, alegria, e paz. Para sempre estaremos com o Senhor.
Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu fiz façais vós também Jo 13:15.
O sentido da expressão parece indicar, no entanto que há algo que deve ser realizado pela igreja. A noiva já se aprontou e definitivamente estará com Cristo na Eternidade é a promessa do Senhor para os que permanecerem firmes com o Senhor.
Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito a árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas Ap 22:14.
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FONTE DE PESQUISA
ESCATOLOGIA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS SEVERINO PEDRO DA SILVA CPAD
O ENSINO BÍBLICO DAS ÚLTIMAS COISAS STANLEY M. HORTON
MANUAL DE ESCATOLOGIA J.DWIGHT PENTECOST
DICIONÁRIO DE ESCATOLOGIA BÍBLICA CLAUDIONOR CORREIA DE ANDRADE
PROF RAMOS DO INSTITUTO TEOLÓGICO FATESZ DE S.P.
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