A MORTE
A DOUTRINA DA MORTE
A doutrina da morte é estudada a partir do dilema existencial humano considerando as correntes filosóficas, passando pela definição bíblica e os tipos de morte segundo as Sagradas Escrituras. Para o cristão a morte significa uma vitória, baseada na obra vicária de Cristo no Calvário. Todo ser humano, tanto crente quanto incrédulo, está sujeito á morte. A palavra “morte” tem mais de um sentido na Bíblia. A Bíblia define a realidade da morte, pois nela, a realidade da morte e o seu impacto na vida humana são tratados com clareza e fé.
Na verdade a morte é divisão das partes “materiais e imateriais”, ou seja, á parte material que é o corpo físico se desfaz com á morte descendo ao pó, e a parte imaterial referente ao “espírito e alma” sobe á Deus que criou o ser humano. Segundo o Filósofo “Epícuro” em relação á separação das partes físicas no âmbito da matéria disse: A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.“Confúcio” complementa: Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte? . Este é o momento mais dolorido para todo ser humano, pois seguirá para a vida Eterna, ou seguirá para á Condenação Eterna. Jó declara de modo enfático sobre o poder da morte e diz:
Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre á terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei á Deus. Jó 19:25-26.
PARTE EXISTENCIAL DO SER HUMANO
Toda criatura humana enfrenta esse dilema. Não foi sua escolha vir ao mundo, mas não consegue fugir à realidade do fim de sua existência. O dilema existencial resulta da realidade da morte que tem que ser enfrentada. Em Eclesiastes, o pregador diz: “Todos vão para um lugar; todos é pó e todos ao pó voltarão”, Ec 3.20,21. São palavras da Bíblia e não de nenhum materialista contemporâneo. Quanto à realidade da vida e da morte, o homem é, dentro da criação, o único que sabe que vai morrer. Biologicamente o ser humano morre assim como morre também todo ser irracional, ou seja, os animais, uma referência ao cessar da vida. Este fato demonstra a fragilidade do corpo humano. Por isto todo ser humano deve procurar temer ao Senhor Deus, obedecendo á sua palavra, aguardando com fé e perseverança o Arrebatamento para assim está com Cristo para sempre, seja por meio da morte, ou seja, por meio da transformação do corpo no ato do Arrebatamento, caso estejamos vivos quando ele ocorrer.
ETIMOLOGIA DA PALAVRA MORTE
A morte penetrou no mundo por causa, o homem foi criado para ser imortal, no sentido da parte imaterial, que é“Alma e o Espírito” é imortal, mas em relação a parte material que é o corpo com sua matéria de decomposição, ao desobedeceram o mandamento de Deus, tornaram-se sujeitos á penalidade do pecado que é a morte. Alguns termos gregos são usados para definir a morte e são:
- “apokteinô” se define como matar.
- “teleutaõ” denota-se chegar ao fim, e morrer.
O verbo apokteinô derivado de “kteinò”, “matar”, expressa qualquer tipo de fim violento à vida de outra pessoa, e só depois para a própria vida. Pode significar, portanto, “matar”, “mandar matar”, “assassinar”, e “executar” “teleutaõ”,derivado de “telos”, significa “Alvo, Fim”, e atestado de Homero em diante, originalmente tinha os significados gerais de “levar ao fim” o trabalho da pessoa. “apokteinõ”, “matar” ocorre mais de 150 vezes na LXX, mormente para traduzir as raízes heb. “hàrag”, “matar”, e “müt”, “morrer”.
Em cerca de 70 ocorrências na LXX, “teleutaõ” é usado para traduzir o heb. “mút”, “morrer”, quase sempre no sentido de “expirar”, “chegar ao fim da vida”. Nenhuma distinção aqui se tira quanto a ser a morte de causas naturais Êx 1:6; Jz 1:2.
O sentido literal e metafórico da palavra morte No grego a palavra morte é “thanatos” que quer dizer separação. A morte separa as partes materiais e imateriais do ser humano. A matéria volta ao pó e a parte imaterial separa-se e vai ao mundo dos mortos, o “Sheol-Hades”, onde jaz no estado intermediário entre a morte e a ressurreição Mt 10:28 Lc 12:4. Ec 12:7. Gn 2: 7. A única maneira do ser humano escapar da morte em todos os sentidos é através de Jesus Cristo, que aboliu a morte e trouxe a vida e a incorrupção. Ele mediante sua morte reconciliou-nos com Deus e assim desfez a separação e alienação espirituais resultantes do pecado. Por sua ressurreição ele venceu e desfez o poder de satanás, do pecado, e da morte física. 2 Tm 1:10. 2 Co 5:18. Gn 3:15. Rm 6:10. 1 Co 15:12-28.
DEFININDO O EXISTENCIALISMO
Seu interesse é, essencialmente, com as questões inevitáveis de vida e morte. Preocupa-se com a vida, mas reconhecem a presença da morte constante na existência humana. Os seus filósofos veem a morte como o fim de uma viagem ou como um perpétuo acompanhante do ser humano desde o berço até a sepultura. Para eles, a morte é um elemento natural da vida.
Ora, essas ideias são refutadas pela Bíblia Sagrada. A morte nada tem de natural. É algo inatural, impróprio e hostil à natureza humana. Deus não criou o ser humano para a morte, mas ela foi manifestada como juízo divino contra o pecado Rm 1.32. Foi introduzida no mundo como castigo positivo de Deus contra o pecado Gn 2:17. 3:19. Rm 5:12,17. Rm 6:23. 1 Co 15:21.Tg 1:15.
DEFININDO O MATERIALISMO
Não admite as coisas espirituais. Do ponto de vista dos materialistas, tudo é matéria. Entendem que a matéria é incriada e indestrutível substância da qual todas as coisas se compõem e à qual todas se reduzem. Afirmam ainda que, a geração e a corrupção das coisas obedecem a uma necessidade natural, não sobrenatural, nem ao destino, mas às leis físicas. Portanto, o sentido espiritual da morte não é aceito pelos materialistas.
O cristão verdadeiro não foge à realidade da morte, mas a enfrenta com confiança no fato de que Cristo conquistou para Ele a vida após a morte a vida eterna Jo 11.25.
DEFININDO O ESTOICISMO
Os estoicos seguem a ideia fatalista que ensina que a morte é algo natural e devemos admiti-la sem temê-la, uma vez que o homem não consegue fugir do seu destino.
DEFININDO O PLATONISMO
O filósofo grego “Platão” ensinava que a matéria é má e desprezível, só o espírito é que importa. Porém, não é assim que a Bíblia ensina. O corpo do cristão, a despeito de ser uma casa material, temporária e provisória, é templo do Espírito Santo 1 Co 3.16,17. Somos ensinados a proteger o corpo para a manifestação do Espírito de Deus. Estes são os sistemas filosóficos os quais discutem sobre estes assuntos.
COMPREENDENDO OS TERMOS METAFÓRICOS DA MORTE
A matéria volta ao pó e a parte imaterial separa-se e vai ao mundo dos mortos, o “Sheol-Hades”, onde jaz no estado intermediário entre a morte e a ressurreição Mt 10.28; Lc 12.4; Ec 12.7; Gn 2.7. Biblicamente se define como:
- Separação. No grego a palavra morte é “thanatos” que quer dizer separação.
- Saída ou partida. A morte física é como a saída de um lugar para outro Lc 9.31; 2 Pe 1.14-16.
- Cessação. Cessa a existência da vida animal, física Mt 2.20.
- Rompimento. Ela rompe as relações naturais da vida material. Não há como relacionar-se com as pessoas depois que morrem. A idéia de comunicação com pessoas que já morreram é uma fraude diabólica.
- Distinção. Ela distingue o temporal do eterno na vida humana. Toda criatura humana não pode fugir do seu destino eterno: salvação ou perdição Mt 10.28.
O SENTIDO BÍBLICO E DOUTRINÁRIO DA MORTE
A morte como o salário do pecado
O pecado, no contexto desse versículo, é representado pela figura de um cruel feitor de escravos que dá a morte como pagamento. O salário requerido pelo pecado é merecidamente a morte. Como pagamento, a morte não aniquila o pecador. A verdade que a Bíblia nos comunica é que a morte não é a simples cessação da existência física, mas é uma consequência dolorosa pela prática do pecado, seu pagamento, a sua justa retribuição. Quando morre, o pecador está ceifando na forma de corrupção aquilo que plantou na forma de pecado Gl 6.7,8; 2 Co 5.10. Portanto, a morte física é o primeiro efeito externo e visível da ação do pecado Gn 2.17; 1 Co 15.21; Tg 1.15.
A morte é sinal e fruto do pecado
O homem vive inevitavelmente dentro da esfera da morte e não pode fugir da condenação. Somente quem tem a Cristo e o aceitou está fora dessa esfera. Só em Cristo o homem consegue salvar-se do poder da morte eterna. Tiago mostra-nos uma relação entre o pecado e a morte, quando diz: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte”, Tg 1.14,15.O pecado, portanto, frutifica e gera a morte.
A morte foi vencida por Cristo no Calvário
A resposta única, clara, evidente e independente de quaisquer ideias filosóficas a respeito da morte é a Palavra de Deus revelada e pronunciada através de Cristo Jesus no Calvário Hb 1.1. Cristo é a última palavra e a única solução para o problema do pecado e a crueldade da morte Rm 5.17.
TIPOS DIFERENTES DA MORTE
A Bíblia fala de três tipos distintos de mortes:
- física,
- espiritual
- e eterna:
- Morte física. O texto que melhor elucida esta morte é 2 Sm 14.14, que diz: “Porque certamente morreremos e seremos como águas derramadas na terra, que não se ajuntam mais”. O que acontece com o corpo morto quando é sepultado? Depois de alguns dias, terá se desfeito e esvaído como águas derramadas na terra. E isso que a morte física acarreta literalmente.
- Morte espiritual. Este tipo tem dois sentidos na perspectiva bíblica: negativo e positivo. No sentido negativo, a morte pode ser identificada pela expressão bíblica “morte no pecado”. E um estado de separação da comunhão com Deus. Significa estar debaixo do pecado, sob o seu domínio Ef 2.1,5. O seu efeito é presente e futuro. No presente, refere-se a uma condição temporal de quem está separado da vida de Deus Ef 4.18. No futuro, refere-se ao estado de eterna separação de Deus, o que acontecerá no Juízo Final Mt 25.46. No sentido positivo é a morte espiritual experimentada pelo crente em relação ao mundo. Isto é: a sua pena do pecado foi cancelada e, agora vive livre do domínio do pecado Rm 6.14. Quanto ao futuro, o cristão autêntico terá a vida eterna. Ou seja: a redenção do corpo do pecado Ap 21.27; 22.15.
- Morte eterna. É chamada a segunda morte, porque a primeira é física Ap 2.11. Identificada como punição do pecado Rm 6.23. Também denominada castigo eterno. E a eterna separação da presença de Deus a impossibilidade de arrependimento e perdão Mt 25.46. Os ímpios, depois de julgados, receberão a punição da rejeição que fizeram à graça de Deus e, serão lançados no “Geena Lago de Fogo” Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30; 23.14,15,33. Restringe-se apenas aos ímpios At 24.15. Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia.
- A morte é a prova máxima da fé cristã, que produz nos crentes uma consciência de vitória 1 Pe 4.12,13. Os sofrimentos e aflições dessa vida são temporais, e aperfeiçoam nossa esperança para enfrentar a morte física, que se constitui num trampolim para a vida eterna. Ela se torna a porta que se abre para o céu de glória. Quando um cristão morre, ele descansa, dorme 2 Ts 1.7. Ao invés de derrota, a morte significa vitória, ganho Fp 1.21. A Bíblia consola o cristão acerca dos mortos em Cristo quando declara que a morte do crente “é agradável aos olhos do Senhor”, Sl 116.15. Diz também, que morrer em Cristo é estar “presente com o Senhor”, 2 Co 5.8.
AS QUATRO RAZÕES BÍBLICAS PARA A MORTE
1 Necrológica. A palavra “nekros” no grego quer dizer “morto” e refere-se àquilo que não tem vida, seja um cadáver ou matéria inanimada. Essa palavra tem na sua raiz “nek” o sentido de “calamidade”, “infortúnio”, e passou a fazer parte do vocabulário médico para indicar o estado de morte de uma pessoa, ou então, para significar o processo de morte dalguma parte do corpo, devido a alguma doença. Do ponto de vista da Bíblia, necrológico indica a parte física do homem, seu corpo (soma). A Carta aos Hebreus fala da separação que a morte faz entre o corpo e a parte espiritual do homem, quando diz: “E como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso o juízo” Hb 9.27.
2 Antropológica. Vem de “antropos" no grego que quer dizer “homem”, para fazer diferença com os animais irracionais. E o homem criado por Deus com a capacidade de pensar, sentir e que há algo que sobrevive no homem após a morte, ou seja, após a necrose do seu corpo. realizar Gn 1.26,27; 2.7. Na antropologia bíblica o corpo humano é visto como uma dádiva de Deus ao homem e, por isso, o corpo tem a sua própria dignidade. Do ponto de vista bíblico é dignificado pela sua razão de ser, como instrumento de serviço e glorificação do Criador. Por isso, é o templo do Espírito de Deus 1 Co 3.16; 6.19. Portanto, a razão antropológica nesse sentido refere-se ao que o homem é o que pensa acerca da morte, como ele a enfrenta e o que sobrevive dele depois da morte.
3 Pneumatológica. Essa é a parte espiritual do homem. A palavra pneuma refere-se ao espírito. Em primeiro lugar, valorizamos o corpo físico e a sua dignidade na existência humana; em segundo, tratamos do homem como ser racional; em terceiro lugar, preocupamo-nos em revelar o milagre da transformação do corpo físico do crente em corpo espiritual. Nossos corpos materiais e mortais serão ressuscitados em“soma pneumatikon”, isto é, “corpo espiritual” 1 Co 15.54. A nossa esperança é que Cristo ressuscitou primeiro e definitivamente e, assim. Ele é o “primogênito dentre os mortos” Cl 1.18; Ap 1.5. Ele ganhou a vitória final sobre a morte, o túmulo e o Diabo At 2.24.
4 Escatológica. Nesse ponto reside a preocupação com a esperança. Qual é a esperança cristã? E a ressurreição de nossos corpos na vinda do Senhor, a transformação dos mesmos se estivermos vivos no arrebatamento da Igreja. 1 Co 15.54.
As falsas teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia sobre a morte eterna para os ímpios, A teoria universalista ensina que Deus é bom demais para excluir alguém. Jesus morreu por todos, por isso, todos serão salvos. A teoria restauracionista ensina que Deus, ao final de todas as coisas, restaurará todas as coisas e todos, enfim, serão salvos. A teoria do purgatório ensina que, quando uma pessoa morre neste mundo, tem a oportunidade de recuperação num período probatório. Nesse período, a culpa dos pecados cometidos poderá ser aliviada enquanto aquele pecador paga por seus pecados, tendo, ainda, a ajuda das orações pelos mortos da parte dos amigos e parentes. Outra teoria é a da aniquilação. Seus adeptos tomam por base 2 Ts 1.8,9. Destacam a expressão “eterna perdição” e a traduzem por eterna extinção. A palavra “extinguir” no lugar de “aniquilar” dá uma ideia que contraria a doutrina do castigo eterno como ensinada na Bíblia. De fato, o sentido real da expressão é de banimento da presença de Deus, e não de extinção, como a folha de papel se extingue no fogo.
Faze-me conhecer, SENHOR, o meu fim, e a medida dos
meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil.
Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da
minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo
homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
Na verdade, todo homem anda como uma sombra; na
verdade, em vão se inquietam; amontoam riquezas e não
sabem quem as levará.
Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança
está em ti. Salmos 39.4-7.
Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de
ontem
que passou, e como vigília da noite.
Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada;
de madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca.
A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns,
pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor
deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos.
Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que
alcancemos coração sábio. 90.4-6,10,12.
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FONTE DE PESQUISA
DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA NOVO TESTAMENTO
ESCATOLOGIA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS SEVERINO PEDRO DA SILVA
MANUAL DE ESCATOLOGIA J.DWIGHT PENTECOST
POSTADO POR PROF RAMOS
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