AS DEZ VIRGENS
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS E A IMPORTÂNCIA DA PRUDÊNCIA
Mais uma vez o Mestre utiliza uma experiência típica dos Costumes tradicionais da época para ensinar uma grande lição aos seus discípulos. Algumas vezes ele explorava experiências da vida rural, da vida pesqueira, da vida politica e, também, da vida social. Nesta feita, ele faz uma parábola de um casamento. Aprendemos a importância daqueles que vivem na expectativa da vinda do Senhor, não apenas os que esperam, mas os que são fiéis e prudentes. Nesta parábola o fator principal é a prudência e a previdência.
AS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO
Existem três correntes de interpretação para o texto de Mateus 25:1-13
A primeira interpretação é:
A primeira interpreta o grupo de virgens: como sendo um grupo especial, o qual tem sua representação no remanescente judeu, relatado em Ap 7:3-4, 14:1-4. O qual identifica os 144 mil salvos no período da grande tribulação, nada tem a ver com a igreja, pois este acontecimento é para Israel no período tribulacional.
A segunda interpretação das dez virgens: referem-se as que representam a igreja como um todo. Defendem dois grupos diferentes no âmbito da igreja. 50% representando as cincos loucas e 50% representando as cincos prudentes. Segundo esta interpretação uma metade será salva {as prudentes} e a outra metade será deixada {as loucas}. Uma metade subirá no arrebatamento e a outra metade será deixada, esta ideia de duas metades é incompatível com o ensino de maneira geral em relação ao arrebatamento como relata em 10- Ts 4:1617.
A terceira interpretação tem a ver com o número dez:, que tem sentido de totalidade, sendo assim as dez virgens representam os cristãos como um todo isto é {a igreja} e todo cristão individualmente. É preciso entender que a Bíblia no seu todo, aplica-se números e diversas maneiras de simbolismo em muitos aspectos, na numerologia bíblica o dez tem um significado expresso, Perfeição na ordem divina. Plenitude humana. Simboliza a capacidade de
andar e trabalhar, figurada nos 10 dedos das mãos e dos pés.
A Bíblia fala de 10 mandamentos da Lei (Êx 20); 10 anciãos (Rute4. 2); l0 pragas
no Egito (Êx caps.7 a 11); 10 pontas ou chifres do animal (Dn 7.7,24); 10 moedas (Lc15:8). E aqui em Mateus 25 as dez virgens.
Que representa de maneira geral uma totalidade de cristãos no mundo, sendo que da mesma forma que aquelas virgens esperavam o esposo, assim a igreja aguada a volta de Cristo para arrebatar a sua igreja deste mundo vil.
Naquele tempo, especialmente nas terras do Oriente Médio,
O noivado era quase tão definitivo quanto o casamento.
Uma mulher comprometida em noivado era tratada como “esposa”,
Embora vivesse fisicamente separada do noivo (ou esposo).
Ambos estavam obrigados a mesma fidelidade, como se
estivessem casados (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.18,19). Na
linguagem escatológica, a Igreja é a esposa de Cristo porque
esta comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9; 22.17).
A linguagem da parábola é metafórica, ou seja, figurada, mas a sua mensagem é literal. Jesus queria ensinar aos discípulos a necessidade de cada crente estar devidamente preparado para sua vinda. Muitos estão gostando desta terra ao ponto de quererem ser abençoados somente aqui, não cogitam a ideia de ir embora, antes querem gozar dos prazeres aqui obtidos.
CAUTELA E SEPARAÇÃO
A vigilância é um dos sustentáculos na vida cristã Pois ela aponta para uma vida de santificação. A santificação é tão fundamental na vida cristã, que sem ela ninguém jamais verá o Senhor (Hb 12.14) (Mt 25.13; 26.41; lPe5.8).No entanto, é preciso aprender que se o crente depender apenas de seus esforços para santificar-se, fatalmente falhará (Rm 8.2,3; 7.14,22,23). Deve se lembrar de que a lei do instinto domina, mesmo depois de ficar convencido do erro. Por isso, é determinante a assistência do Espírito (Ef 5.18).
AZEITE COMO SIMBOLO DO ESPIRITO
O azeite, nessa parábola, representa a presença constante do Espírito Santo na vida do cristão. Ele garante uma vida de iluminação permanente. Ele representa o passaporte para a entrada das virgens no casamento. O Espírito Santo é o agente da santificação, pois há no cristão, duas naturezas: a carnal, que continua mantendo seus interesses, e a que é promovida pelo Espírito. Mesmo após a conversão, trava-se uma feroz batalha no coração do crente, entre a carne e o Espírito (G1 5.17). Por isso, quando cedemos às tentações, realizamos as obras da carne, mas, se permanecemos iluminados pelo Espírito, somos aperfeiçoados no temor do Senhor (2Co 7.1).
A diferença entre estas virgens é notada pelos seus produtos as quais levavam. Observe que as dez levavam lamparina e tinham vestidos brancos, mas onde está o diferencial? Encontra se justamente no Azeite, pois no Antigo Testamento servia como combustível para manter acesa a lâmpada da casa do Senhor, e as prudentes tinham vestes brancas, símbolo de santidade e tinham o azeite no reservatório feito de pele de animal, e curtido para não vazar quando posto em seu recipiente. Era o material usado em um casamento no mundo oriental da época. Só entrava na festa nupcial quem tinha tarjes brancos, que representava também o brilho e esplendor da noiva na festa, as loucas tinham as vasilhas, mas não levaram reservas em sua vasilha para emergência, demonstrando despreparo para a chegada do noivo, que biblicamente representa a Cristo, sendo que a noiva é representada por sua igreja o qual o aguarda para o grande momento da sua vinda.
ATUAÇÃO DO ESPIRITO PARA IGREJA
Paulo disse: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Para ser cheio do Espírito, é necessário purificação de todas as coisas que entristece ou apaga o Espírito (Ef 4.30). Quem alimenta o próprio ego, certamente ficará vazio de Deus. Deus resiste ao soberbo (lPe 5.5). A comunhão com o mundo e a participação do crente nos prazeres efêmeros impede a atuação do Espírito Santo (2Co 6.14-7.1). E preciso prudência na maneira de andar (Ef 5.15). O incoerente, pelo prazer de alguns minutos, perde tudo que vale a pena possuir, mas o sábio procura se sacrificar por valores eternos.
VIDA SEM A PRESENÇA DO ESPÍRITO
A vida de aparências é uma vida vazia. Em todos os aspectos, não faz sentido representar uma pessoa que não existe. As moças da parábola eram parecidas, mas diferentes em seu caráter. Um grupo delas tinha a prudência a seu favor, enquanto que as outras eram insensatas. A vida cristã é impactante pela sua autenticidade, e não pela hipocrisia. Dissimular os verdadeiros sentimentos, camuflar o caráter só causará escândalos contra o evangelho. E determinará o futuro condenatório para o hipócrita (Lc 11.44).
SIGNIFICADO DAS DAMAS VIRGENS PARA OS DIAS ATUAIS
Virgem como sinal de pureza, ou seja, a Igreja de Cristo, sem mancha e sem mácula (Ef 5.27). Paulo diz: “Porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2Co 11.2). Dentro das igrejas, todos parecem virgens, mas alguns vivem em namoro com as coisas mundanas, amando o mundo, o presente século com os seus prazeres, participando da igreja e do mundo como se fosse normal (l Jo 2.15-17). Que comunhão têm os dois? (2Co 6.14).
Lembrando que a palavra virgem aqui é aplicada no sentido espiritual e não no sentido físico quando a pessoa tem um relacionamento com outra no caso do casamento.
UTILIZANDO AS LÂMPADAS COM SABEDORIA
São utilizadas aqui como sendo útil ao serviço cristão, significando tudo que o crente realiza na obra de Deus com prudência, em prol de sua obra.
Possuir dons espirituais, talentos, ministérios não qualifica as pessoas para o encontro com o Noivo. Tudo isso é para servir à igreja enquanto estivermos aqui na terra. Não adianta ter a lâmpada que simboliza a Palavra e não ser praticante e, sim, ouvinte esquecido (Tg 1.22-27). Não podemos ser trapos embrulhados em papel de presente nem uma bela lâmpada faltando azeite.
A ESPERA DO NOIVO
A grande diferença entre elas era internamente, azeite dentro da vasilha. Não basta esperar o noivo sem se preparar, escondendo a real situação diante de Deus e não se preocupando com a própria vida interior. Muitos esperam o Noivo, mas as coisas temporais, efêmeras e passageiras ainda os fascinam. Carregar a Bíblia, ir à igreja, entregar os dízimos, cumprimentar com saudação cristã, estar em cima do púlpito e até pastorear igreja não garante sucesso na chegada do Noivo (Mt 7.21-23). O importante é conservar a vida no altar e ter intimidade e comunhão com o Senhor.
O TRABALHO EFICIENTE DA IGREJA
A preocupação não está no trabalho desenvolvido, pois muitos servem incansavelmente, fazem muitas obras, dedicam-se de corpo e alma, mas a vida pessoal não condiz com aquilo que fazem. O trabalho eclesiástico não substitui a preparação da vida de integridade diante de Deus. Para ser eficiente necessário é desenvolver todas estas coisas com uma vida espiritual totalmente moldada por Deus, sendo cheios de toda a sua plenitude para que possamos assim tocar as almas neste mundo como uma igreja que brilha em meio às trevas do pecado. As obras só servem para quem já estiver salvo, só quem for salvo chegará ao Tribunal de Cristo para receber a recompensa(2Co 5.1.). A chamada é para o arrebatamento, para receber o passaporte para a festa de casamento. A passagem para as bodas precisa estar carimbada com o azeite da preparação. O convite está formulado só não sabemos o dia nem a hora (Mt 24.36).
A PUNIÇÃO DE CRISTO AOS DESOBEDIENTES
A revelação de quem é quem só será feita quando se ouvir: “Aí vem o esposo” (Mt 25.6). O grande problema é que, após a chamada, não haverá tempo para se preparar. Mas Ele respondeu em verdade vos digo que não vos conheço(Mt 25.12). Servir a Deus tanto tempo e ter a porta fechada em sua frente será grande surpresa e decepção. Muitos dirão naquele dia: “Fiz isto no teu Nome. Senhor”, e receberão a resposta: “Nunca vos conheci" (Mt 7.21-23). Mas o que perseverar fiel até o fim será salvo (Mt 10.22; 24.13).
Hoje é dia oportuno, a chamada está feita, a porta ainda está aberta, o vendedor é o Senhor Jesus, Ele ainda oferece: “Vinde e comprai-o sem dinheiro e sem preço” (Is 55.1). Depois que a porta da graça se fechar, não adiantará bater, chorar ou espernear, esta é a única porta que não se abrirá mais. Portanto vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir (Mt 25.13).
“Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de improviso, não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai!” (Mc 13.35-37). “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.27). Que estejamos prontos sempre com a nossa lamparina carregada de combustível para não sermos surpreendido pelo Senhor.
__________________
FONTE DE PESQUISA
COMENTÁRIO HISTÓRICO CULTURAL DO NOVO TESTAMENTO
POSTADO POR PROF RAMOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário